sexta-feira, 17 de julho de 2009

Noite de Estrelas pelo ambiente

Vai realizar-se, no dia 18 de Julho, uma iniciativa chamada «Noite das Estrelas», com a qual se pretende evidenciar a poluição causada pela iluminação pública, um fenómeno pouco divulgado, alertando ainda para a necessidade de «poupar energia», segundo informação da Lusa. A iniciativa, que se insere no Ano Internacional da Astronomia e coincide com a abertura do programa Astronomia no Verão da Agência Nacional Ciência Viva, propõe aos municípios que, no dia 18 de Julho, desliguem parcialmente a iluminação pública, durante uma hora.
«Iluminam tudo excepto aquilo que interessa»
A iluminação, na maior parte dos casos, provoca uma poluição que passa despercebida a quem vive nos centros urbanos, e muitas vezes «iluminam tudo excepto aquilo que interessa». «Ouvimos falar de diversos factores poluentes praticamente todos os dias, mas não são comuns as referências à poluição luminosa», assinalou Pedro Ré, presidente da Associação Portuguesa de Astrónomos Amadores e coordenador da actividade.
«A iluminação pública é absolutamente essencial, mas é necessário que os candeeiros sejam eficazes, isto é, que não gastem muita energia e que alumiem de forma adequada», sublinhou. O professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Pedro Ré, considera que a luz deve incidir nas vias públicas e nos locais onde transitam pessoas mas muitos dos candeeiros públicos «dificultam grandemente a visibilidade para quem circula na rua à noite, a pé ou guiando um carro».
Alerta para «poupar energia»
Um dos maiores sinais de poluição luminosa, apontada pelo professor, é «o halo de luz à volta das grandes cidades», que resulta da difusão da luz pela poeira atmosférica. A iniciativa «Noite das Estrelas» visa igualmente alertar para a necessidade de «poupar energia» e «preservar o céu nocturno». «Existem várias tecnologias ao nosso alcance, nomeadamente candeeiros com "leds" que consomem cinco vezes menos do que um candeeiro vulgar», exemplificou o coordenador, tendo já 12 cidades do continente e das ilhas confirmado a sua adesão, é o caso de Bragança, Porto, Moimenta da Beira, Mira, Coimbra e Lisboa.
Visualização do céu nocturno
Com a iniciativa de dia 18 de Julho, «a ideia não é apagar a iluminação pública numa cidade inteira mas apenas em determinados pontos. Em Lisboa, estamos a pensar na zona da Torre de Belém ou em frente ao Mosteiro dos Jerónimos, por serem locais onde passa muita gente e de fácil identificação», revelou Pedro Ré. A observação do céu não é uma tendência, daí um dos objectivos desta «Noite das Estrelas» passar pela visualização do céu nocturno. Entre os desafios da observação do céu está a contagens de estrelas, que é também uma forma de avaliar o grau de poluição luminosa de cada ponto do país. O Ano Internacional da Astronomia, que decorre em 136 países sob o lema «Descobre o teu Universo», é dedicado a Galileu Galilei e aos 400 anos da sua utilização pioneira do telescópio para observações astronómicas. Em Portugal, a coordenação da efeméride está a cargo da Sociedade Portuguesa de Astronomia, com o apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia, da Agência Nacional Ciência Viva, do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra e da Fundação Calouste Gulbenkian.

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